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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Charla discute patrimônio na fronteira



 As charlas levam para dentro das barracas um público seleto e interessado. Isso pode ser observado na manhã ensolarada de terça-feira, quando foi tratado o tema As Políticas e os Caminhos do Patrimônio Histórico na Fronteira, com a participação de Rosario Brochado, Luiz Eduardo Fontoura Teixeira, Miguel Angelo Pereira e Selva Chirico, com mediação Eduardo Palermo.
Durante sua exposição, o arquiteto, professor e doutor da Universidade Federal Santa Catarina, Luiz Eduardo Teixeira, ressaltou a importância da conscientização da população com sua história. “As cidades são feitas de colagens de época, e por isso é importante preservar prédios, monumentos, praças e parques. São eles que vão contar a nossa história”.
Já a historiadora uruguaia, Selva, afirmou que na fronteira não existem políticas de patrimônio porque a comunidade e as autoridades não têm vontade coletiva. “Quem não sabe de onde vem, não vai deixar futuro a seus filhos, netos e bisnetos. E temos de lutar por isso, pois a fronteira é um lugar de encontro e de integração”, ressaltou.
   Empenhado com a defesa do Plano Diretor, o engenheiro Miguel Angelo Pereira, funcionário da Prefeitura Municipal, falou sobre os 108 imóveis possíveis de tombamento, mas que ainda precisam de legislação para preservá-los e recuperá-los. “Vai ser necessário que o movimento para que isso seja respeitado, venha da comunidade, de um grupo”, avisou ele, dizendo que ainda “não sabemos restaurar nada, nunca fizemos isso”.
A professora Rosario Brochado fechou a charla de mais de 3 horas e discorreu sobre a linguagem utilizada na fronteira. “Até 1870, era o Rio Negro que separava o país linguisticamente. No Norte se falava mais português, já que os latifundiários contratavam professores de português para ensinarem a seus filhos. Isso era sinal de prestígio”.

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