As charlas levam para dentro das
barracas um público seleto e interessado. Isso pode ser observado na manhã
ensolarada de terça-feira, quando foi tratado o tema As Políticas e os Caminhos do Patrimônio Histórico na Fronteira,
com a participação de Rosario Brochado, Luiz Eduardo Fontoura Teixeira, Miguel
Angelo Pereira e Selva Chirico, com mediação Eduardo Palermo.
Durante sua exposição, o arquiteto,
professor e doutor da Universidade Federal Santa Catarina, Luiz Eduardo
Teixeira, ressaltou a importância da conscientização da população com sua
história. “As cidades são feitas de colagens de época, e por isso é importante
preservar prédios, monumentos, praças e parques. São eles que vão contar a
nossa história”.
Já a historiadora uruguaia, Selva,
afirmou que na fronteira não existem políticas de patrimônio porque a
comunidade e as autoridades não têm vontade coletiva. “Quem não sabe de onde
vem, não vai deixar futuro a seus filhos, netos e bisnetos. E temos de lutar
por isso, pois a fronteira é um lugar de encontro e de integração”, ressaltou.
Empenhado com a defesa do Plano
Diretor, o engenheiro Miguel Angelo Pereira, funcionário da Prefeitura
Municipal, falou sobre os 108 imóveis possíveis de tombamento, mas que ainda
precisam de legislação para preservá-los e recuperá-los. “Vai ser necessário
que o movimento para que isso seja respeitado, venha da comunidade, de um
grupo”, avisou ele, dizendo que ainda “não sabemos restaurar nada, nunca fizemos
isso”.
A
professora Rosario Brochado fechou a charla de mais de 3 horas e discorreu
sobre a linguagem utilizada na fronteira. “Até 1870, era o Rio Negro que separava
o país linguisticamente. No Norte se falava mais português, já que os
latifundiários contratavam professores de português para ensinarem a seus filhos. Isso era sinal de
prestígio”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário